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Apetece-me espetar palavras. Sim, é esse o verbo. Apetece-me espetá-las com fúria só para dizer que escrevo com convicção. Não... Só para dizer que me liberto. Sim, é isso.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Soneto da hora final

Será assim, amiga: um certo dia
Estando nós a contemplar o poente
Sentiremos no rosto, de repente,
O beijo leve de uma aragem fria.

Tu me olharás silenciosamente
E eu te olharei também, com nostalgia
E partiremos, tontos de poesia
Para a porta de treva aberta em frente.

Ao transpor as fronteiras do Segredo
Eu, calmo, te dire: - Não tenhas medo
E tu, tranquila, me dirás: - Sê forte.

E como dois antigos namorados
Noturnamente tristes e enlaçados
Nós entraremos nos jardins da morte.

Vinicius de Moraes

4 Comentários:

Anonymous Anónimo comentou...

Foi agradavel reler aqui, este "Soneto da hora final" do Vinicius. Cumprimentos.

08 outubro, 2005 18:52  
Blogger Pirikato comentou...

que belo este poema
continua

11 outubro, 2005 07:51  
Blogger Montenegro comentou...

Encontrei este blog pela primeira vez, hoje. É bom recordar poemas que fizeram e fazem parte do meu passado, e que me trazem (in)gratas recordações. Obrigado e continuem.

13 outubro, 2005 16:50  
Anonymous fernanda comentou...

a melhor amiga que tive na minha vida me enviou este poema a treze anos atrás e eu havia perdido recordei-me do nome e achei muito lindo

01 dezembro, 2009 14:54  

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