Eros e Psique
Uma Princesa encantad
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
lindíssimo este poema e toca especialmente os poetas, tão narcísicos de sonhos...e dp ainda tens maria bethania a acompanhar...
;)
Adorei!
Um abraço apertado,assim!
Ana
Obrigado pela visita. Fernando Pessoa tem sempre algo para nos dizer e sempre algo mais para dizer a cada um de nós.
Beijinhos e novamente obrigado
Rodrigues Cunha
é maravilhoso.
é confortável e irreversível.
um espelho...há lá coisa mais pura?
poema mt giro do nosso "amigo" Fernando Pessoa ..:) * * *